Infelizmente, podemos considerar oportuno o fato que aconteceu com o ator de televisão que viu sua filha adotiva sofrer racismo e preconceito através das redes sociais recentemente. Por dois motivos: por estarmos finalizando o mês de novembro, que no Brasil é "dedicado" à "Consciência Negra", como já falamos aqui, e porque precisamos falar sobre racismo sempre, para reforçar a conscientização em torno de um "estigma" característico da pior essência de nossa humanidade, que continuamos praticando e muitas vezes fingimos que não existe.
Primeiro vamos nos solidarizar com o casal de atores em nome de todos os pais e mães que sofrem com tal infeliz moléstia humana. Sentimos muito e esperamos que a justiça atinja em cheio aqueles que continuam a propagar esse horror.
E vamos tentar entender sobre como podemos mandar mensagens racistas às nossas crianças sem percebermos e conhecer algumas maneiras de acabar com esse comportamento que desde cedo se infiltra em nosso dia-a-dia de maneiras sutis e corrosivas.
Estou ensinando racismo aos meus filhos?
A maneira mais óbvia de, sem percebermos", ensinarmos nossos filhos a terem atitudes racistas é simplesmente deixarmos de falar sobre isso, como se esse fato não existisse. Sim, existe e é preciso falar a respeito. É triste constatar essa realidade, mas os cenas de racismo, preconceito e discriminação ocorrem todos os dias, de variadas maneiras em diferentes lugares.
Pode se apresentar claramente ou escondida em pequenos gestos, tanto no ambiente familiar, quanto na escola, ou em qualquer outra interação social. Há centenas de casos vividos onde a discriminação veio à tona.
E isso pode impactar dolorosamente a vida das crianças. Ao serem expostos a situações degradantes de escárnio, vexame, humilhação, zombaria, as crianças podem apresentar sequelas. Dentre elas, podem acontecer:
1-Sentimento de desvalorização;
2- Rejeição da própria imagem;
3- Inibição excessiva;
4- Dificuldade para confiar em si mesma.
Escola e família devem ser os primeiros a combater o racismo
À medida que as oportunidades vão surgindo, é importante conversar sobre o tema do preconceito desde cedo. A escola deve ligar o "sinal de alerta" assim que ocorrer alguma prática racista em suas dependências, conversando com os pequenos, promovendo atividades de combate ao racismo, estimulando ações que possam desconstruir as ideias preconceituosas (críticas ao cabelo do colega, apelidos ofensivos, denegrir a imagem, etc)
Em casa não é diferente, qualquer momento pode ser o ideal para explicar que o colega não é inferior por ter uma cor ou cabelo diferentes. Reafirmar nossa humanidade como presente em cada um de nós é um ensinamento essencial para as crianças absorverem.
Aproveite as chances para:
1- Apresentar bonecos de cores e feições desiguais;
2- Oferecer livros de histórias com crianças negras;
3- Selecionar programas educativos que mostrem a diferença,
promovam e reforcem a igualdade;
4- Promover as brincadeiras e jogos entre crianças de raça e etnias diferentes.
Unicef - Por uma Infância sem Racismo
O Fundo das Nações Unidas para a Infância - Unicef, lançou em 2013 a campanha "Por uma Infância sem Racismo" , na tentativa de promover ações de todas as instância - pública e privada - de combate ao racismo institucionalizado e enraizado nas entranhas da sociedade.
A intenção foi fazer um chamado à população sobre as consequências nocivas da discriminação sofridas por crianças e adolescentes, promovendo uma mobilização social efetiva para a reflexão e a tomada de decisão por ações de combate ao racismo - por pessoas, pelas organizações e pelo governo - numa ampla rede solidária que vise assegurar o respeito e a igualdade étnico-racial desde a infância. A campanha de quatro anos atrás vale até hoje.
1-Sentimento de desvalorização;
2- Rejeição da própria imagem;
3- Inibição excessiva;
4- Dificuldade para confiar em si mesma.
O processo dolorido e sofrido do Racismo
Já há muito sofrimento e dor quando a discriminação e a intolerância acontece em vítimas adultas, pense no estrago que deve fazer quando a vítima é uma criança ainda em processo de formação. Psicólogos nos alertam sobre o quanto é ruim termos nossa autoestima abalada no processo de crescimento ao sofrermos um episódio discriminatório ou intolerante.Quando, por exemplo, uma criança acima do peso considerado ideal é chamada de "baleia" ou aquela que tem um ritmo mais lento de aprendizado é chamado de "burro ou lerdo". Uma criança pequena que está se descobrindo no meio de outras (deixou de se ver unida à mamãe) , portanto, precisa ser aceita em todos os aspectos de sua identidade e não ser rudemente atacada por causa da cor de sua pele ou as características de seu cabelo. Podemos ser cruéis de muitas formas.
À medida que as oportunidades vão surgindo, é importante conversar sobre o tema do preconceito desde cedo. A escola deve ligar o "sinal de alerta" assim que ocorrer alguma prática racista em suas dependências, conversando com os pequenos, promovendo atividades de combate ao racismo, estimulando ações que possam desconstruir as ideias preconceituosas (críticas ao cabelo do colega, apelidos ofensivos, denegrir a imagem, etc)
Em casa não é diferente, qualquer momento pode ser o ideal para explicar que o colega não é inferior por ter uma cor ou cabelo diferentes. Reafirmar nossa humanidade como presente em cada um de nós é um ensinamento essencial para as crianças absorverem.
Aproveite as chances para:
1- Apresentar bonecos de cores e feições desiguais;
2- Oferecer livros de histórias com crianças negras;
3- Selecionar programas educativos que mostrem a diferença,
promovam e reforcem a igualdade;
4- Promover as brincadeiras e jogos entre crianças de raça e etnias diferentes.
Unicef - Por uma Infância sem Racismo
O Fundo das Nações Unidas para a Infância - Unicef, lançou em 2013 a campanha "Por uma Infância sem Racismo" , na tentativa de promover ações de todas as instância - pública e privada - de combate ao racismo institucionalizado e enraizado nas entranhas da sociedade.
A intenção foi fazer um chamado à população sobre as consequências nocivas da discriminação sofridas por crianças e adolescentes, promovendo uma mobilização social efetiva para a reflexão e a tomada de decisão por ações de combate ao racismo - por pessoas, pelas organizações e pelo governo - numa ampla rede solidária que vise assegurar o respeito e a igualdade étnico-racial desde a infância. A campanha de quatro anos atrás vale até hoje.
Que atitudes podemos tomar desde já contra o racismo?
Somos quase sempre o modelo de referência que nossos filhos têm para copiar e muito do que passamos ocorre de forma subliminar, nós nem notamos que estamos fazendo (temos muito preconceito introjetado), por isso a atenção tem que ser redobrada. Mas, dentre várias atitudes que nós podemos tomar para desde cedo combater o racismo na sociedade estão:
1- Seja coerente: não adianta dizer que não tem preconceitos se der risadas de piadas racistas;
2- Não adianta ter amigos negros se, ao der as costas a ele, dizer palavras ou ideias ofensivas: seja autêntico;
3- Se for convidar coleguinhas das crianças, chame todos igualmente: não seja "seletivo";
4- Não será um bom exemplo se você disser que o preconceito é feio e fechar às pressas a janela do carro nas sinaleiras: seja honesto;
5- Se num momento de tensão dizer coisas inapropriadas, corrija-se e diga que errou: seja sincero;
6- Se fizer comentários depreciativos sobre tipos de cabelo o jeito de vestir, será difícil dizer que não é certo ser preconceituoso: seja auto-reflexivo, pondere o que diz;
7- Em contatos familiares, defenda seu ponto de vista anti-racista, não fique em cima do muro, seja claro;
8- Sempre que a oportunidade da exposição de questões de racismo, intolerância ou preconceito surgirem , tente colocar nos assuntos urgentes para conversar com as crianças: seja responsivo;
9- Incentive e valorize sempre o tratamento respeitoso e sem preconceito quando se referir à diversidade étnico-racial.
Livro: "Filhos - Novas ideias sobre Educação"
Neste livro, os autores Po Bronson e Ashley Merryman, apontam algumas ideias sobre os perigos e artimanhas do racismo ainda presentes na vida social. Os autores sustentam a importância de apontar as diferenças sim, mas no sentido de explicar a diversidade, só que valorizando cada aspecto dela, as diferentes culturas e suas riquezas, os aspectos físicos desiguais, mas que em nada podem alterar a conquista e o exercício dos direitos por todos. Como no âmbito do trabalho por exemplo, afirmando que negros e brancos podem ser médicos igualmente.
Algumas de suas pesquisas mostraram que dificilmente as crianças se tornam amigas de crianças com outra "cor" , ou sobre as dificuldades - depois dos oito anos de idade - de desfazer comportamentos preconceituosos.
Guilhermina e Candelário
"Em outro de 2015, a TV Brasil passou a exibir o desenho animado infantil "Guilhermina e Candelário". Nele, os irmãos Guilhermina e Candelário, compõem uma família negra, muito parecida com milhões de famílias brasileiras, atualmente pouco representadas nos meios de comunicação. A série infantil tem a maioria dos seus personagens negros e surge para preencher uma lacuna e valorizar a história e cultura negra. É um dos primeiros desenhos do gênero com protagonistas negros a ser exibido na tv aberta brasileira. As crianças vivem às margens de uma praia na casa dos avós, passam o dia brincando, fazendo descobertas e inventando coisas." Essa produção é uma parceria Senal Colômbia e da Fosfenos Media e traz 20 episódios de 12 minutos cada.
A Discriminação é uma violação de Direitos - denuncie!
Não deixe de denunciar. Em todos os casos de discriminação, você deve buscar defesa no conselho tutelar, nas ouvidorias dos serviços públicos, na OAB e nas delegacias de proteção à infância e adolescência. A discriminação é uma violação de direitos.
O aprendizado e a desconstrução de estereótipos é um trabalho árduo que precisa ser feito todos os dias, de maneira transparente, suscitando a empatia por nossos semelhantes num mundo onde compartilhamos o mesmo espaço.
Veja mais em: https://estilo.uol.com.br/gravidez-e-filhos/noticias/redacao/2012/12/12/para-combater-o-preconceito-incentive-seu-filho-a-aceitar-a-diversidade-desde-cedo.htm; http://educacaointegral.org.br/reportagens/13-filmes-que-discutem-racismo-na-educacao/; https://super.abril.com.br/ideias/como-nao-criar-filhos-racistas/ ; https://catraquinha.catracalivre.com.br/geral/familia/indicacao/o-racismo-tambem-e-problema-das-familias-nao-negras-diz-mae/
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